domingo, 1 de abril de 2012

O belo e o bonito

UAB – UnB
Curso: Artes Visuais
Disciplina: História das Artes Visuais
Aluna: Nely Maria Pereira Andrade
Tutora: Ana Schramm
Tarefa 3: Sebastião Salgado
Descrição: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4avcjYfHbYblyKndD0MDM8mCxJPVv72zcYwnqR_3etko5P2cx-q6w8JUVHSwKQI2FD4wcUT37OKwqZBWm6GMVikEiF9ZNXdcVDI-Rbj3S8Lqtn_GU6p3qOsyR9z1E9or39Mgy7Ab2TWM/s640/04.jpg








     A fotografia em destaque retrata a imagem de uma criança africana visivelmente faminta e um adulto de posse do alimento que passa indiferente diante dela. Os ossos salientes, os olhos piedosos, as vestes precárias e a posição que se encontra a criança, refletem a pobreza e a fome. O adulto com vestes muito brancas e limpas, pés calçados, munido de um saco contendo uma boa porção de arroz demonstra as melhores condições de vida e ao mesmo tempo, o descaso e o individualismo. O chão árido, a cerca de vegetal muito seco apresenta a escassez de alimentos na região. A foto faz parte da coleção da pesquisa realizada na África, pelo fotojornalista mineiro, Sebastião Salgado.
  Observei atentamente todo o acervo disponível do fotógrafo e me deparei com a foto acima, exposta bem no princípio da coleção. Apesar de sentir o impacto instantaneamente, ainda forcei-me a observar atentamente todo o acervo. Enquanto observava as demais fotos, voltava-me a imagem da referida foto da criança e do adulto.
  Optei-me em descrevê-la e analisá-la. Pensei na quantidade de crianças que passam fome na África. Olhei para o meu filho que escolhe ousadamente a comida que come e ainda reclama diante da fartura e pensei na mãe dessa criança. Como deve ser terrível ver um filho sofrer a fome até a morte e não ter condições de fazer nada que mude a realidade! Olho pra essa criança e agradeço a Deus por poder dar o melhor para o meu filho. Percebo que o fotógrafo foi feliz na intenção  fazer diferença na vida daqueles que visitassem as suas exposições. É um momento de reflexão onde entendemos que enquanto vivemos confortavelmente até desperdiçamos o alimento há milhões de pessoas, humanas como nós morrendo de fome, desejando o mínimo para a sobrevivência. O meu primeiro olhar para o adulto de vestes brancas que passa indiferente diante da criança foi de revolta. Seria ele um homem rico? Um representante político? Um religioso? Por que as vestes tão brancas? Enquanto questionava essas questões olhei pra mim mesma e pensei: Que diferença tem eu desse homem? Há quanto tempo leio e vejo a situação da África e nunca pensei em ajudar? Bastava-me descobrir um número de conta e contribuir. Não iria salvar o mundo, mas estaria fazendo a minha parte. Aquele saco de arroz não seria suficiente para matar a fome de todas as crianças, por isso, o homem passou direto. Quem sabe ele não estaria levando aquele arroz para a própria família?
  A diferença entre o belo e o bonito está estampada na fotografia. As sensações que a foto nos provoca a ponto de levar-nos a questionamentos faz com que a mesma seja considerada uma bela fotografia, apesar de não oferecer nada que seja bonito aos nossos olhos.














Bibliografia:
www.google.com ( imagens )
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