INSTITUTO DE ARTES
DEPARTAMENTO DE ARTES VISUAIS
Disciplina:
Laboratório de Poéticas Contemporâneas
Professor
Supervisor: Dr. Gê Orthof / Me. Cecilia Mori
Tutor (a):
Raquel Nava Rodrigues
Aluno (a):
Nely Maria Pereira Andrade Matrícula: 11/0044037
Tarefa da
semana 8: Poéticas do íntimo: memorial descritivo
Obra: Do grão
à industrialização
1.
Introdução:
Mostrar a evolução do grão á
industrialização requer uma fuga do estilo, daquilo que é usual.
Pinturas em quadros, esculturas,
desenhos, nada do que se costuma ver nas exposições artísticas contemplava o
objetivo. Surge então à ideia de uso de algo familiar, doméstico, de presença
marcante, bem perceptível como base, no caso, uma geladeira.
Espera-se
transmitir ao espectador uma visão da trajetória do grão desde a sua origem até
ao uso do produto industrializado e instigá-lo à pesquisa do processo sofrido
pelo produto, da terra ao consumo.
Do grão à industrialização apresentam
os gêneros alimentícios em grãos e próprios para o consumo, dispostos de forma
criativa dentro e fora de um móvel comum da cozinha.
2.
Descrição
da obra:
A base utilizada foi uma geladeira da
marca Consul, 280 litros, cor azul, fabricada na década de 60 quando os modelos
eram marcados pelos produtos com linhas retas. A mesma, apesar de se tratar de
uma peça antiga, estava em perfeitas condições de uso e funcionamento, fato que
permitiu a disposição dos alimentos em seu interior com a exibição da porta entreaberta
mostrando os produtos iluminados pela lâmpada interior do móvel.
Os grãos escolhidos para compor a porta
foram arroz, feijão branco, feijão carioquinha, feijão vermelho, soja, ervilha,
amendoim, milho amarelo, milho vermelho, canjiquinha, café, girassol, alpiste,
painço, erva – doce e canjica branca colados com cola plástica branca em forma
de mosaico, contornados com feijões pretos. Após a secagem a arte foi
pulverizada com verniz incolor.
Nas laterais da geladeira foram fixados
rótulos dos produtos industrializados e em seu interior estavam dispostos os
produtos embalados, próprios para o consumo. Um produto de cada grão.
O título da obra foi propositalmente
colado no interior da geladeira para incentivar ao espectador uma interpretação
pessoal da obra antes de conhecer a justificativa da autora.
A geladeira permaneceu ligada e a luz
forte incandescente do seu interior se sobrepunha á luz fluorescente do
ambiente no local da exposição. A explosão mágica da transformação.
3.
Local
da exposição:
A obra foi exposta no pátio da E.M.
Padre Cícero de Castro, situada á
Rua Fernando de Noronha, 490, Bairro Bom Retiro, Ipatinga, MG onde
funciona o polo da UnB.
Na exposição foram apresentadas obras
com conceitos variados, de autoria dos alunos do curso de Artes Visuais da
Universidade de Brasília como atividade da disciplina Laboratório de Poéticas
Contemporâneas.
A obra “Do grão à industrialização” foi
exposta em canto do pátio, permitindo uma visão privilegiada da porta e
laterais, sendo que a visibilidade ora focava a porta e uma das laterais, ora a
porta e o foco de luz vindo do seu interior, provocando curiosidade aos
visitantes em qualquer ponto do local.
4.
Processo
de construção:
O processo da construção da obra teve
seu início com a limpeza e secagem da parte interna onde seriam colados os
grãos e depois a geladeira foi posicionada horizontalmente para o início da
colagem dos grãos.
Preparada
a superfície, começa-se o processo de separação e escolha dos grãos. O critério
para a escolha foram contemplar os grãos de uso mais comum, os de fácil acesso
e variedade em cores e tamanhos.
Com um lápis foi traçado um desenho
aleatório na porta. Como se fosse um vôo acrobático, um deslizar suave, porém
sem destino previsto, formando pistas onduladas no azul celeste.
Os espaços foram aos poucos sendo
preenchidos primeiro pela cola plástica e em seguida pelos grãos e a cada
preenchimento o contorno era feito com os grãos de feijão preto.
Terminada a colagem dos grãos, a
geladeira permaneceu na posição para a secagem que durou 3 horas e 30 minutos.
Recolocada na posição vertical foram fixados os rótulos em suas laterais.
No local da exposição os produtos
industrializados foram dispostos em seu interior e a geladeira foi aberta no
horário de abertura da exposição.
Conclusão;
Concordando com a afirmação de
Reinhartdt quando diz que a arte é livre, mas, não é boca livre afirmo que uma
obra de arte pode valer-se de objetos do cotidiano, mas vale ressaltar que em
cada obra há uma história, um objetivo, um contexto.
A construção da obra “ Do grão à
industrialização” oferece, além da interpretação da autora, variadas concepções
a serem percebidas por diferentes espectadores em diferentes contextos.
1.
Referências
bibliográficas:
·
REINHARDT,
Ad; Arte como arte, p.72
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