sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Poéticas do íntimo

INSTITUTO DE ARTES
DEPARTAMENTO DE ARTES VISUAIS
Disciplina: Laboratório de Poéticas Contemporâneas
Professor Supervisor: Dr. Gê Orthof / Me. Cecilia Mori
Tutor (a): Raquel Nava Rodrigues
Aluno (a): Nely Maria Pereira Andrade              Matrícula: 11/0044037
Tarefa da semana 8: Poéticas do íntimo: memorial descritivo

Obra: Do grão à industrialização


1.    Introdução:

          Mostrar a evolução do grão á industrialização requer uma fuga do estilo, daquilo que é usual.
         Pinturas em quadros, esculturas, desenhos, nada do que se costuma ver nas exposições artísticas contemplava o objetivo. Surge então à ideia de uso de algo familiar, doméstico, de presença marcante, bem perceptível como base, no caso, uma geladeira.
         Espera-se transmitir ao espectador uma visão da trajetória do grão desde a sua origem até ao uso do produto industrializado e instigá-lo à pesquisa do processo sofrido pelo produto, da terra ao consumo.
          Do grão à industrialização apresentam os gêneros alimentícios em grãos e próprios para o consumo, dispostos de forma criativa dentro e fora de um móvel comum da cozinha.

2.    Descrição da obra:

        A base utilizada foi uma geladeira da marca Consul, 280 litros, cor azul, fabricada na década de 60 quando os modelos eram marcados pelos produtos com linhas retas. A mesma, apesar de se tratar de uma peça antiga, estava em perfeitas condições de uso e funcionamento, fato que permitiu a disposição dos alimentos em seu interior com a exibição da porta entreaberta mostrando os produtos iluminados pela lâmpada interior do móvel.
        Os grãos escolhidos para compor a porta foram arroz, feijão branco, feijão carioquinha, feijão vermelho, soja, ervilha, amendoim, milho amarelo, milho vermelho, canjiquinha, café, girassol, alpiste, painço, erva – doce e canjica branca colados com cola plástica branca em forma de mosaico, contornados com feijões pretos. Após a secagem a arte foi pulverizada com verniz incolor.
        Nas laterais da geladeira foram fixados rótulos dos produtos industrializados e em seu interior estavam dispostos os produtos embalados, próprios para o consumo. Um produto de cada grão.
        O título da obra foi propositalmente colado no interior da geladeira para incentivar ao espectador uma interpretação pessoal da obra antes de conhecer a justificativa da autora.
        A geladeira permaneceu ligada e a luz forte incandescente do seu interior se sobrepunha á luz fluorescente do ambiente no local da exposição. A explosão mágica da transformação.
       

3.    Local da exposição:

         A obra foi exposta no pátio da E.M. Padre Cícero de Castro, situada á           Rua Fernando de Noronha, 490, Bairro Bom Retiro, Ipatinga, MG onde funciona o polo da UnB.
        Na exposição foram apresentadas obras com conceitos variados, de autoria dos alunos do curso de Artes Visuais da Universidade de Brasília como atividade da disciplina Laboratório de Poéticas Contemporâneas.
       A obra “Do grão à industrialização” foi exposta em canto do pátio, permitindo uma visão privilegiada da porta e laterais, sendo que a visibilidade ora focava a porta e uma das laterais, ora a porta e o foco de luz vindo do seu interior, provocando curiosidade aos visitantes em qualquer ponto do local.



4.    Processo de construção:

         O processo da construção da obra teve seu início com a limpeza e secagem da parte interna onde seriam colados os grãos e depois a geladeira foi posicionada horizontalmente para o início da colagem dos grãos.


Preparada a superfície, começa-se o processo de separação e escolha dos grãos. O critério para a escolha foram contemplar os grãos de uso mais comum, os de fácil acesso e variedade em cores e tamanhos.
        Com um lápis foi traçado um desenho aleatório na porta. Como se fosse um vôo acrobático, um deslizar suave, porém sem destino previsto, formando pistas onduladas no azul celeste.
       Os espaços foram aos poucos sendo preenchidos primeiro pela cola plástica e em seguida pelos grãos e a cada preenchimento o contorno era feito com os grãos de feijão preto.
      Terminada a colagem dos grãos, a geladeira permaneceu na posição para a secagem que durou 3 horas e 30 minutos. Recolocada na posição vertical foram fixados os rótulos em suas laterais.
          


           No local da exposição os produtos industrializados foram dispostos em seu interior e a geladeira foi aberta no horário de abertura da exposição.



Conclusão;

        Concordando com a afirmação de Reinhartdt quando diz que a arte é livre, mas, não é boca livre afirmo que uma obra de arte pode valer-se de objetos do cotidiano, mas vale ressaltar que em cada obra há uma história, um objetivo, um contexto.
        A construção da obra “ Do grão à industrialização” oferece, além da interpretação da autora, variadas concepções a serem percebidas por diferentes espectadores em diferentes contextos.


1.    Referências bibliográficas:

·         REINHARDT, Ad; Arte como arte, p.72
·         http://www.consul.com.br












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